Expediente
Revista Paradigmas
Filosofia, Realidade & Arte
Ano XXIII - n. 52 ISSN 1980 - 4342
março/abril 2023.
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NÃO SEI, SÓ SEI QUE É ASSIM:
DAVID HUME E O PROBLEMA DA CAUSALIDADE
DIEGO CARMO DE SOUSA
Licenciado em Filosofia – (UESB)
Mestrando em Filosofia – (UFMG)
Introdução
Em verso bastante conhecido, Hamlet escreve para Ofélia que ela poderia duvidar de que o Sol tivesse calor, mas não do amor que ele sentia por ela. Assim, o amor que ele sentia por ela era tão certo e verdadeiro quanto o fato de que o Sol produz calor e aquece o que toca. Mas será que, de fato, podemos estar seguros de tal relação entre o Sol e o calor? Ora, direis, duvidar de tamanha obviedade? Certo perdeste o senso, diria Olavo Bilac. De fato, é comumente assente pelo senso comum de que todo efeito decorre de alguma causa.
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Nietzsche e as flutuações do ressentimento
Renato Nunes Bittencourt[1]
O ressentimento consiste na disposição psicofísica de se sentir novamente um afeto, geralmente desagradável para nosso senso pessoal de valoração. Não se trata apenas de uma mágoa ou sentimento de raiva perante um desagravo sofrido, mas acima de tudo de um remoer psíquico que evoca as recordações turbulentas que ainda maculam violentamente a afetividade da pessoa. É importante destacar essa informação pois também usualmente relembramos no presente vivências agradáveis de outrora, como se tal rememoração não apenas fosse uma recordação alegre de algo que já passou, mas também evocasse na atualidade os mesmos afetos originais. No entanto, não consideramos como ressentimento esse tipo de lembrança positiva do bom momento vivido no passado, pois o conceito de saudade, ainda que inquantificável, absorve essas disposições felizes do tempo que não está mais presente em ato. Por isso enfatizamos o estado de ressentimento como uma experiência psicofísica desagradável para quem padece desse transtorno, inclusive com seus tons orgânicos, tal como Nietzsche esmiúça:
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Do etnocentrismo à alteridade: A ficção científica de Gabriel Tarde e Darcy Ribeiro
Edgar Indalecio Smaniotto
Mestre e Doutor em Ciências Sociais - Unesp/Marília
Fragmentos de história futura, de Gabriel Tarde, e Yvy-marãen: a terra sem males, ano 2997, de Darcy Ribeiro são duas obras de ficção científica que descrevem diferentes futuros utópicos. Ambas revelam muito do conhecimento das ciências sociais da época em que foram escritas, e como estes conhecimentos balizam nossa visão de sociedade. Afinal quando um autor escreve uma utopia, em geral ela faz um contraste entre a sociedade que vive e aquela imaginada, revelando as reformas que ele espera ver concretizadas em sua sociedade.
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